Depois de atingir um pico de aproximadamente 170 dólares no final de 2024, as ações da Toll Brothers (NYSE: TOL), uma das principais construtoras de habitações de luxo nos EUA, registaram uma correção acentuada, negociando atualmente perto dos 105 dólares – uma queda superior a 35%. O que está por trás deste movimento?
Resultados Financeiros Misto e Sinais de Alerta
Apesar de a empresa ter apresentado lucros sólidos no segundo trimestre fiscal de 2025 (lucro por ação de $3,50, acima das estimativas), os sinais de enfraquecimento da procura começaram a preocupar os investidores. O valor dos novos contratos caiu 11% e o número de cancelamentos aumentou, refletindo menor entusiasmo por parte dos compradores num ambiente de taxas hipotecárias ainda elevadas.
Além disso, no primeiro trimestre fiscal, a empresa dececionou ao não atingir as expectativas de lucros e receitas, o que desencadeou uma queda imediata no valor das ações.
Pressões Macroeconómicas e Setoriais
O contexto macroeconómico agravou a situação. As taxas de juro hipotecárias, embora em ligeira descida, continuam em níveis historicamente altos, dificultando a acessibilidade à habitação. A isso somam-se novas tarifas sobre materiais de construção impostas pelo governo norte-americano, que aumentam os custos de produção – um golpe direto às margens de lucro dos construtores.
Revisões em Baixa e Perceção de Risco
Diversos analistas reduziram as suas projeções para a empresa. O JPMorgan, por exemplo, cortou o preço-alvo das ações, mencionando preocupações com o abrandamento da procura e o excesso de inventário. A necessidade de oferecer incentivos aos compradores também afetou negativamente a rentabilidade.
Perspetiva: Correção Justificada ou Oportunidade?
Apesar do cenário adverso, a Toll Brothers mantém uma posição financeira sólida, focando-se num segmento (habitação de luxo) menos vulnerável a crises. O seu rácio P/E atual, abaixo da média do setor, pode sugerir que o mercado está a descontar um excesso de pessimismo.
Com uma procura estrutural ainda forte no longo prazo – alimentada por gerações como os Millennials e a Geração Z – e uma marca forte no setor premium, a empresa poderá beneficiar de uma recuperação caso as condições macroeconómicas melhorem.